Esta sessão do blog Eu que plantei é dedicada a formação de professores para a promoção de iniciativas de Educação Ambiental. Para tanto, vamos discutir um pouco sobre o que é Educação Ambiental.
Alguns autores que são referência na área, como Porto-Gonçalves, destacam o reconhecimento do movimento ambientalista no campo científico e social a partir da década de 1970. Em função desse reconhecimento, ficou mais claro que a maneira como o ser humano estava utilizando os recursos naturais colocava em risco a sobrevivência de toda a humanidade nos “países pobres” e nos “países ricos”. A partir daí, para Porto-Gonçalves, a questão ambiental passou a ser encarada como uma responsabilidade globalizada, compartilhada e surge a necessidade da consciência da responsabilidade de toda a humanidade.
A partir de então, a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a promover Conferências Mundiais para o Meio Ambiente, sendo a primeira realizada em Estocolmo, na Suécia, em 1972. De acordo com Carlos Frederico Loureiro, em texto divulgado no ano 2000, o produto dessa reunião foi um documento que funcionou com base para a consolidação de uma legislação internacional de meio ambiente, que forneceu as bases para a incorporação do discurso ambientalista às decisões oficiais dos países.
A partir de então, desenvolveram-se várias correntes de Educação Ambiental, cada uma seguindo uma linha de discussão que representava um interesse. Entre as décadas de 1970 e 1980 foram desenvolvidas as primeiras correntes em educação ambiental. Ao longo dos anos, outras correntes foram desenvolvidas.
A diversidade de maneiras de enxergar e fazer a Educação Ambiental pode ser exemplificada por meio das diferentes concepções de meio ambiente que emergem em cada corrente. Enquanto algumas adotam a proposta de meio ambiente enquanto espaço natural intocável, fonte de recursos ou lugar de contemplação (a exemplo das correntes naturalistas, antropocêntricas, holísticas e outras), entendemos, aqui, que o meio ambiente corresponde aos espaços de transformação, lugares de emancipação, contemplando não só a natureza, mas também o espaço de relações sociais.
É necessário entender que a Educação Ambiental é uma área do conhecimento relativamente nova mas que precisa lidar com problemas estruturais graves e urgentes. Existem dezenas de correntes de Educação Ambiental e cada corrente atende a interesses específicos ou trata o problema ambiental de uma forma. Em alguns casos, sequer busca soluções reais para os problemas apresentados.
Neste blog serão apresentadas as perspectivas Conservadora e Crítica, que são aquelas de maior relevância para o contexto dessa proposta de formação. Você pode conferir mais sobre essas propostas no próximo texto.